KORFEBOL O JOGO DA PAZ
A BUSCA POR UM JOGO INCLUSIVO
O Korfebol é um esporte holandês, porém o KORFEBOL
BRASILEIRO REALIZADO PELA ABRAKO - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE KORFEBOL é bem
diferente do praticado no resto do mundo, pois estamos mantendo os princípios
do seu criador o professor de Nico Broekhuysen, impulsionado pelo incômodo de
ver as mulheres afastadas da prática de atividades físicas, até mesmo no
contexto escolar. Desta forma, ele buscou inspiração em um jogo que havia
conhecido num curso de férias para criar uma nova modalidade esportiva baseada
na igualdade e integração entre os gêneros.
O Korfebol conserva até hoje a característica de ser um jogo
de integração, que permite a participação de homens e mulheres em igualdade de
condições "princípios de seu criador" porém, essa filosofia vem se
desvirtuando ao longo dos anos, pois o principal objetivo da modalidade é
entrar para o Programa Olímpico, e com isso o "alto rendimento" acaba
sendo mais forte do que angariar novos adeptos, e visa apenas a formação de
"atletas", ou seja, quem nao tem perfil de competição acaba nao
podendo praticar a modalidade e até mesmo disputar campeonatos.
O KORFEBOL BRASILEIRO diferente de outros países que
praticam a modalidade, aceita também a flexibilização de suas regras básicas e
está em constante modificação para que possa atender contextos específicos,
podendo absorver pessoas com condições físicas diversas como crianças, jovens,
adultos, idosos, portadores de deficiências e outros, numa mesma equipe.
No Brasil, foi criada em 2013 a ABRAKO – ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE KORFEBOL existem equipes nas cidades de Casemiro de Abreu,
Petrópolis e no Rio de Janeiros Ao longo de 13 anos de trabalho o esporte
conseguiu atenção de programas de tv como: Esporte Espetacular, Ana Maria
Braga, Jornal Nacional, Jornal Hoje em dia e diversos artigos em jornais,
sempre com grande sucesso.
Regras
Pedagógicas de Igualdade
As regras do Korfebol Brasileiro motivam a participação de
pessoas que não possuem um perfil exatamente “atlético”, que por alguma razão
podem ter sido excluídas da prática de atividades físicas, mas que ao se
depararem com as possibilidades oferecidas por este esporte, sentem-se capazes
de jogar e resgatam a sua auto-estima em relação ao seu potencial.
Nas aulas de Educação Física, ainda encontra-se a barreira
do preconceito, não só contra o sexo feminino, mas também contra qualquer
pessoa que se apresenta por qualquer motivo como diferente, isso se expressa
claramente através do desrespeito às diferenças que resulta em violência.
A prática do Korfebol Brasileiro, não pretende treinar
grandes atletas ou supervalorizar as habilidades motoras específicas, mas sim
contribuir para a formação integral do indivíduo, proporcionando vivências onde
ele possa desenvolver as suas habilidades corporais, num ambiente onde a convivência
com os demais possa levá-lo a descoberta das diferenças como algo natural e
pertinente a sua vida social.
O Korfebol Brasileiro pode ser um recurso importante na
construção e desenvolvimento da Cultura de Paz através da sua prática
colaborativa, de não-violência e de inclusão social. Através de sua prática o
participante passa a ter a possibilidade de vivenciar o outro como parceiro, na
superação da discriminação e do preconceito. Além disso, o seu caráter
colaborativo desconstrói o individualismo mostrando que não é apenas a
competição que importa, apresentando ao participante uma nova perspectiva em
relação à coletividade. O fato de em sua regra não poder existir contato físico
para a retirada da bola desenvolve não só a possibilidade como o estímulo à
prática da não-violência . Essa construção pode estender-se ao âmbito da vida
cotidiana do sujeito, trazendo transformações no seu modo de se relacionar
consigo mesmo, com a família e com a comunidade.
INTEGRAÇÃO,
INCLUSÃO E MAIOR PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS
O Korfebol Brasileiro se destaca também por estar ao alcance
de todos. Obesos, pessoas portadoras de necessidades especiais, excluídos das
demais modalidades esportivas por não possuírem habilidade motora específica,
coordenação motora, uma vez que o os deslocamentos não exigem grande velocidade
e não há disputa de força, ou seja, o Korfebol Brasileiro é um jogo recreativo,
cooperativo e motivador. Uma das grandes possibilidades que acontecem é que o
índice de atestados médicos solicitando a exclusão de alunos nas aulas de
educação física diminui gradativamente, por que as crianças se sentem incluídas
na equipe. "No Korfebol não há testes... todos são bem vindos, o jogo é
que se adapta a realidade do praticante... existem regras pedagógicas para alcançar
esse objetivo diz Soares. Além disso, o equipamento - composto basicamente por
duas cestas e uma bola - é simples, se adapta a qualquer espaço.. ."Quando
chove, realizamos a aula dentro da sala e pode-se usar até um balde sem fundo e
uma bolinha de jornal ou de meia, Korfebol é uma filosofia que transcende a
quadra.
Considerações
Finais
O objetivo fundamental da aplicação do Korfebol no contexto
escolar é promover uma atividade educativa comum, capaz de integrar os sexos
masculino e feminino. Respeitando, além das especificidades biológicas, o
direito de todos os sujeitos participarem em condições de igualdade, numa
disputa cordial e não agressiva. Não permitindo o contato físico e possuindo
regras específicas para que isto não ocorra.
O Korfebol Brasileiro oferece oportunidades iguais em
cooperação, desenvolvimento físico, técnico e tático, que se manifesta
harmônica e funcionalmente, o que varia de pessoa para pessoa, criando uma
concepção de igualdade de condições, valorizando o espírito de equipe e
formando os indivíduos como um todo.
Desenvolve principalmente os aspectos afetivo, cognitivo e
psicomotor.
É uma atividade de estratégia e cooperação que pode ser
praticado em ambiente escolar ou em áreas de lazer e projetos sociais.
Motiva a prática de outras modalidades esportivas de quadra.
Desenvolve no aluno maior espírito de equipe e coletividade.
O Korfebol Brasileiro funciona como “ferramenta pedagógica”
ao professor de Educação Física, principalmente na questão do Conflito entre os
gêneros nas aulas de educação física.