1920 -2010
ATUAL PRESIDENTE LAMENTA
"Eu não consigo achar palavras para expressar o sofrimento da família olímpica. Estou profundamente triste com a morte de um homem que construiu os Jogos Olímpicos da era moderna, um homem que me inspirou e cujo conhecimento sobre esporte era realmente excepcional" - JACQUES ROGGE, presidente do COI
Juan Antonio Samaranch foi considerado um dos dirigentes mais importantes para o Comitê Olímpico Internacional. O espanhol assumiu a entidade em um período em que ela sofria com crises financeiras e boicotes devido aos enfrentamentos da Guerra Fria. Desde então, ele conseguiu aumentar a popularidade dos Jogos Olímpicos, transformando o evento em um dos mais poderosos do mundo e explorando seu lado comercial, além de conseguir contar com a volta dos países então comunistas à competição.
Samaranch, de 89 anos, foi presidente do COI entre 1980 e 2001, e sofreu uma patologia cardiovascular em dezembro de 2007, ocasião em que ficou internado em uma clínica em Madri. Em setembro de 2009, o dirigente também passou algumas horas internado, desta vez em Mônaco, por causa de problema respiratório.
Em outubro de 2009, Samaranch fez parte da delegação que apresentou ao COI a candidatura de Madri para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, sendo o principal cabo eleitoral da capital espanhola. Mas a cidade acabou derrotada pelo Rio de Janeiro na final.
“Mesmo com tudo o que fez durante sua vida, ele se foi sem poder ver uma edição dos Jogos Olímpicos em Madri”, lamentou Feliciano Mayoral, ex-secretário geral do COI. “Samaranch foi um um homem excepcional para o esporte espanhol, que sempre deverá a ele.”
Um dos trunfos do espanhol foi levar as Olimpíadas à sua primeira e até hoje única edição na Espanha, em Barcelona, no ano de 1992.
ESPORTE E POLÍTICA
Samaranch, nascido em 1920, começou a trabalhar em atividades empresariais e em 1956 passou a integrar o Comitê Olímpico Espanhol, depois de ter sido jogador, técnico e dirigente de hóquei sobre patins. Foi chefe de delegação da Espanha em três Jogos Olímpicos. Sua entrada na política foi durante o governo ditatorial de Francisco Franco. No que é considerado até hoje um movimento estratégico importante, ele foi enviado para a Rússia como embaixador da Espanha na União Soviética na década de 1970, já depois da morte de Franco. Morando em Moscou a partir de 1977, ele esteve na cidade no tempo em que se aproximava a realização das Olimpíadas de 1980, realizadas no país, e também no pleito para novo presidente do COI, na capital, em que acabou eleito para seu mandato de 21 anos. Com seu sonho atingido de comandar o Comitê Olímpico, deixou o cargo de embaixador para se dedicar só ao cargo de dirigente esportivo.